A epifania do NO MAN’S SKY (Review)

NO MAN’S SKY é um jogo de exploração especial feito pela Hello Games, disponível para Playstation 4 e Microsoft Windows, lançado em agosto de 2016. Esse jogo foi considerado durante um bom tempo um dos grandes queridinhos dos gamers pelas grandes expectativas que foram geradas acerca de sua possível jogabilidade. Chamado por muitos antes do lançamento de Minecraft espacial.

Alguns dias depois de seu lançamento, muitos compradores do jogo requisitaram o refund, pois a jogabilidade estava longe da esperada por eles. Entretanto, realmente estava fora do que eu (Drake) imagine que seria o jogo. Não, o jogo quando lançou ficou bem próximo do que eu esperava, uma experiência single-player onde eu ficaria pulando de planeta em planeta procurando recursos e trocando-os com NPCs que eu encontrar pelo caminho. Elite Dangerous para mim foi muito isso durante muitos anos, pois eu ignorava a maioria dos players, só querendo explodir um deles quando acabava por esbarrar na entrada de uma plataforma espacial.
Não vou dizer que eu sou o certo, e o resto é um grupo de Haters. Até porque a importância do NO MAN’S SKY está muito menos no jogo em si, e mais nas mecânicas que estão dentro desse jogo. O sistema de geração automática de criaturas e planetas através de um algorítimo abre para que no futuro haja um Elder Scrolls Espacial Semi-infinito (como as pessoas queriam que o jogo fosse).

O jogo em si não é só elogios, existem coisas realmente irritantes no jogo. Principalmente, nas primeiras 20h de jogo, vou listar algumas e depois disserto de como essas “pequenas” coisas são um problema gigante para pessoas que possivelmente não são tão fãs do gênero de exploração e coleta intensiva.

  • Sistema de menus horrível (sim, estou falando do press and hold);
  • Seleção de menus pouco intuitiva;
  • Valores de stack de item sem sentido;
  • Pouco espaço de mochila;
  • Naves variadas, mas com pouca diferença;
  • Nível de personalização das armas no nível de tech, e não de hardware;
  • Armadura pouco personalizável;
  • Falta lore;
  • Sistema de línguas estranho;

O sistemas de menus ou hubs é desenvolvido para o console, ele é clean, minimalista e vem com um incrível quiz de qual botão você deve segurar ou não. É incrível quanto tempo é perdido pela ausência de um botão enviar tudo em algumas partes, ou você ficar tentando lembrando se o botão tem que apertar ou apertar e segurar.

Um dos pontos que mais incomodam novos jogadores é a pouca capacidade que você possuí de carregar itens que são relativamente limitada, tanto que quantidade na capacidade de stack de itens. O que torna as 30 primeiras horas de jogo uma experiência difícil para pessoas que não são acostumadas com quantidade exorbitantes de grind. Acredito que o stack poderia ser maior, ou pelo menos ter uma forma de você estocar grandes quantidades de item na nave.

Um dos maiores assets que você pode obter no jogo são as naves, você deve começar com uma nave com algo próximo a 10 slots, mas ao longo do jogo você pode pegar naves com mais espaço, mas fora isso (e o fato que qualquer nave instala qualquer tecnologia até o ponto que eu joguei) a diferença entre elas é isso, além da aparência.

Uma das coisas que eu mais senti falta, foi o fato que sua arma (seja de combate ou de escavar) basicamente são a mesma coisa. A sua escolha entre arma X ou Y mais para perto do middle-game é totalmente relativa a quantidade de slots que ela tem, pois as tecnologias que você mais gosta, você pode instalar em qualquer uma.

Sua armadura é o que te mantem vivo no jogo, a personalização dela é como todo no resto no jogo, por adição de tecnologias nela. Mas o grande problema é que você nunca vê o seu char, então ele pode ser um alien com cabeça de dinossauro e pernas de aranha que vai dar na mesma. Na minha mente o jogo deveria ter permitido você criar uma personalização para pelo menos ocorrer o processo de identificação do jogador com o personagem.

Eu já disse quão bizarro é o sistema de língua desse jogo, assumindo que você é um ser humano (isso se você é um humano) que caiu aleatoriamente num planeta e precisa sobreviver. Me parece muito estranho que você não encontre mais humanos pelo caminho, e você tenha viajado até o momento sem saber a língua que todos (sim, todos) os aliens falam. Para o sistema de idioma fazer sentido para minha cabeça deveriam existir umas 5 ou 6 línguas diferentes nesse jogo, ou todos falarem comum.

O jogo não tem foco na história, afinal o foco dele é te jogar em um grande sandbox para você livremente explorar e descobrir coisas. Entretanto, uma das coisas que eu senti falta no jogo foi missões aleatórias que dão sentido no que você esta fazendo. Pra que vou perder meu tempo explorando o planeta de gelo, se posso warpar para o próximo que é uma primavera? Se tivesse uma missão de coletar um recurso que só tem lá, eu teria um motivo. Isso vai contra o processo de auto geração do jogo, mas até mesmo minecraft faz isso depois de um tempo.

Minha conclusão é que o jogo é bom, e as mecânicas propostas estão lá. É um jogo de 60$ como vários triple A? Provavelmente não, talvez um de 30$. O esforço foi valido e eles fizeram um jogo com grandes mecânicas que são muito interessantes, mas sinto que o fato da Sony ter se tornado uma investidora no meio do projeto fez com que o mesmo tomasse alguns retrocessos para melhor se adaptar aos consoles. Vale a pena se você gosta de descobrir coisas e fazer grind, mas caso você goste de construir coisas e fazer missões, esse jogo não é para você.

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